Outro dia eu estava folheando uma revista, quando dei de cara com uma matéria dizendo que os contos de fadas tinham mudado. Não é necessário ter beleza, nem morar em um reino encantado, não é preciso ter bons modos, tampouco ser um bom partido, hoje você pode ser feliz para sempre sendo você mesmo, sem viciar-se nos padrões ditados pela sociedade. O filme Shrek é um grande exemplo disso, uma vez que mostra que um Ogro pode, sim, ser feliz para sempre. E qualquer dia, de alguma forma, você encontrará sua Fiona ou, no nosso caso, o nosso Shrek. Bom, pelo menos foi isso que eu li.
Logo comecei a pensar na nossa obsessão por contos de fadas, por querer alcançar o “felizes para sempre”, quando muitas vezes o segredo pode está em ser “feliz para sempre”. Se nos contos de fadas não é mais tão necessário ter grandes qualidades para alcançar a felicidade, talvez na vida real não seja necessário ter um parceiro. Podemos ser felizes para sempre estando sozinhos.
Chega um momento em que a gente cansa de esperar. Que todas aquelas ligações não retornadas, todos aqueles e-mail’s não respondidos mostram que talvez nós não tenhamos nascido pra viver com alguém. Príncipe Encantado? Melhor deixá-los nos contos de fadas. A essa altura, fica difícil aparecer um em seu cavalo branco, fazendo-nos acreditar que a vida vale a pena se for vivida a dois. Trazendo pra vida real, de tanto esperar, descreditamos que em um belo domingo de manhã, esbararemos em algum rapaz que seja o “homem da nossa vida”. Aquele que, só de olhar, a gente percebe o quanto ele foi feito pra nós. O pai dos nossos filh... ops, o homem com quem vamos dividir despesas, comprar um apartamento, sair juntos aos sábados para um cinema e passar o domingo inteiro na cama, crendo que o fato de os dois estarem ali, juntos, já é o bastante para o felizes para sempre de ambos. Cansamos! Não acreditamos mais nisso!
O resultado da descrença dos contos de fadas é, semanalmente, as boates gay estarem lotadas de homens. Todos eles, seminus, procurando algum parceiro para aquela noite. Apenas um parceiro de cama, nada mais que isso. Um pouco diferente de Cinderela, o encanto acaba antes das 6 da manhã. Não há troca de celulares, nem o frio na barriga do primeiro encontro, tampouco sapatos perdidos. Algumas vezes trocam-se os nomes. Algumas vezes.
Tudo isso contribui para o isolacionismo sentimental. Aprendemos a bloquear sentimentos por causa das decepções. Agora os Príncipes Encantados são vistos como os vilões dos contos de fadas (isso quando ainda não desacreditamos da vivência deles). E é a partir desse momento que chegamos ao ápice da descrença: por que precisamos de um felizes para sempre, se posso ser feliz pra sempre?
Bum! Estamos sozinhos! Diariamente, não pensamos mais em relacionamentos, o que queremos mesmo é estudar pra obter um bom emprego e, futuramente, ser bem sucedido. Não saímos mais com a intenção de encontrar alguém (na verdade, ser rolar, tudo bem), mas saímos com o intuito de nos divertir e, garçom, mais uma dose de tequila, por favor! Não há mais esperanças, o ego é quem está no comando agora. E isso é um perigo, pois resulta em outros contos de fadas destruídos. Uma vez que a gente não crê no nosso próprio conto de fadas, se torna fácil destruir o conto de fadas do outro.
Acreditar no feliz para sempre tem seus devaneios e regozijos.
Eu não acredito mais no felizes para sempre. Hoje. Amanhã, talvez. Por via das dúvidas, vou deixar meu livro aberto. Afinal, nunca se sabe se o Príncipe Encatado vai aparecer com o meu sapato em mãos.
Logo comecei a pensar na nossa obsessão por contos de fadas, por querer alcançar o “felizes para sempre”, quando muitas vezes o segredo pode está em ser “feliz para sempre”. Se nos contos de fadas não é mais tão necessário ter grandes qualidades para alcançar a felicidade, talvez na vida real não seja necessário ter um parceiro. Podemos ser felizes para sempre estando sozinhos.
Chega um momento em que a gente cansa de esperar. Que todas aquelas ligações não retornadas, todos aqueles e-mail’s não respondidos mostram que talvez nós não tenhamos nascido pra viver com alguém. Príncipe Encantado? Melhor deixá-los nos contos de fadas. A essa altura, fica difícil aparecer um em seu cavalo branco, fazendo-nos acreditar que a vida vale a pena se for vivida a dois. Trazendo pra vida real, de tanto esperar, descreditamos que em um belo domingo de manhã, esbararemos em algum rapaz que seja o “homem da nossa vida”. Aquele que, só de olhar, a gente percebe o quanto ele foi feito pra nós. O pai dos nossos filh... ops, o homem com quem vamos dividir despesas, comprar um apartamento, sair juntos aos sábados para um cinema e passar o domingo inteiro na cama, crendo que o fato de os dois estarem ali, juntos, já é o bastante para o felizes para sempre de ambos. Cansamos! Não acreditamos mais nisso!
O resultado da descrença dos contos de fadas é, semanalmente, as boates gay estarem lotadas de homens. Todos eles, seminus, procurando algum parceiro para aquela noite. Apenas um parceiro de cama, nada mais que isso. Um pouco diferente de Cinderela, o encanto acaba antes das 6 da manhã. Não há troca de celulares, nem o frio na barriga do primeiro encontro, tampouco sapatos perdidos. Algumas vezes trocam-se os nomes. Algumas vezes.
Tudo isso contribui para o isolacionismo sentimental. Aprendemos a bloquear sentimentos por causa das decepções. Agora os Príncipes Encantados são vistos como os vilões dos contos de fadas (isso quando ainda não desacreditamos da vivência deles). E é a partir desse momento que chegamos ao ápice da descrença: por que precisamos de um felizes para sempre, se posso ser feliz pra sempre?
Bum! Estamos sozinhos! Diariamente, não pensamos mais em relacionamentos, o que queremos mesmo é estudar pra obter um bom emprego e, futuramente, ser bem sucedido. Não saímos mais com a intenção de encontrar alguém (na verdade, ser rolar, tudo bem), mas saímos com o intuito de nos divertir e, garçom, mais uma dose de tequila, por favor! Não há mais esperanças, o ego é quem está no comando agora. E isso é um perigo, pois resulta em outros contos de fadas destruídos. Uma vez que a gente não crê no nosso próprio conto de fadas, se torna fácil destruir o conto de fadas do outro.
Acreditar no feliz para sempre tem seus devaneios e regozijos.
Eu não acredito mais no felizes para sempre. Hoje. Amanhã, talvez. Por via das dúvidas, vou deixar meu livro aberto. Afinal, nunca se sabe se o Príncipe Encatado vai aparecer com o meu sapato em mãos.